Olá. O meu nome é Susana Oliveira, tenho 24, sou voluntária europeia e estou a viver em Espanha (Frómista) há quase um mês. O tempo voa aqui!
Posso começar a falar sobre a viagem até aqui. 18 horas de viagem, completamente sozinha! Correu tudo bem. Não perdi nenhum comboio, milagre! Fiquei orgulhosa. Quando cheguei a Palência estavam 3 pessoas à minha espera. Ana Maria (a minha tutora) e duas ex-voluntárias Ezster (húngara) e Louise (francesa). Foram impecáveis, não podia ter tido melhor recepção! Reconheceram-me pelas malas e pelo meu ar de perdida.
Cheguei a Frómista, conheci o meu apartamento (“favela” como carinhosamente o chamo) e os outros 3 voluntários que cá estavam desde Fevereiro… Marga, uma italiana que fala pelos cotovelos, Anthony, um francês castiço e Edo um sérvio tranquilo. Foi amor à primeira vista! Nesse mesmo dia jantei com eles e a partir daí estamos sempre que possível juntos. Nos primeiros dias o meu espanhol era ridículo e falava principalmente inglês, agora com as aulas acho que está melhor… acho eu! Pelo menos percebem-me! Troco umas palavras lá de vez em quando e rimo-nos todos, nada de grave.
O prédio onde vivo é muito velho e falta tudo! Tenho uma televisão… que não funciona. Tenho 2 fornos… que não funcionam! Tinha uma máquina de lavar roupa… que não funcionava porque a tomada eléctrica estava avariada. Assim nas primeiras semanas semanas lavei a minha roupa à mao, lençóis inclusivamente! Agora já funciona e foi o próprio “Alcalde”, presidente cá do sitio, que veio arranjar a electricidade! Cómico! E pequenos detalhes que fazem da minha casa o sitio mais engraçado do mundo! Temos um horário para tomar banho… porque não há água quente para todas. Enfim é uma comédia! Tem 6 apartamentos e só o meu apartamento é habitado. Fui a primeira voluntária a chegar, assim fiquei a dormir sozinha 2 dias. Todos ofereceram as suas casas uma vez que é um bocadinho assustador dormir aqui sozinha (note-se que não há luz no corredor e temos de subir dois lances de escadas às escuras), mesmo assim eu decidi arriscar. Dois dias depois chegou a Lucy, uma alemã muito especial, uma amiga que este projecto me trouxe.
Há uma semana chegou a ultima voluntária, Valeria, outra italiana. Uma alegria! Cantamos imenso pela casa. Juntamo-nos muitas vezes com os outros voluntários para jantar, ver filmes etc etc. Fora estes voluntários, existem mais 12 voluntários distribuídos por várias zonas e muitos outros ex-voluntários que acabaram por ficar por espanha. Portanto, respondendo à vossa pergunta sobre a minha integração… sim, sinto-me completamente integrada. Fui bem acolhida pelos voluntários, pelas pessoas de Frómista e por todas as pessoas envolvidas no projecto onde trabalho.

Ah! E tenho aulas de espanhol todos os dias, 2 horas! É o mais cansativo porque temos sempre mil trabalhos de casa. Apesar de tudo ainda sobra tempo para passear pelos belos campos de Frómista e estar com os outros voluntários… Comemos muito, pois todos querem mostrar os pratos típicos dos seus países. Nos fins-de-semana vamos passear, festejar… há muitos voluntários em espanha, assim temos sempre onde dormir.
Quando á melhor experiência… penso que o contacto com os todos os voluntários abre um mundo de possibilidades… A diversidade cultural é enorme e os voluntários são pessoas muito especiais com histórias muito interessantes. Aprende-se muito! A pior experiência… sem dúvida o isolamento, a distância da família e dos amigos… é um bom teste para ver o que realmente é importante na nossa vida. A quem está a pensar inscrever-se só tenho a dizer: Força e não hesites! É também uma boa oportunidade para superares os teus medos, para conheceres os teus limites! É uma experiência muito especial e enriquecedora, sem dúvida!
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