Diário de bordo: dia 5 - danos colaterais!

Depois de ontem eu, a Rita e o Gonçalo termos ensinado a dois romenos, um húngaro, e uma turca, aquelas músicas da praxe durante os jantares entre amigos, não pensei que o dia seguinte pudesse ser ainda melhor. E efectivamente não foi.

Durante a manhã era suposto termos participado em dinâmicas de grupo, mas acabei por passar a manhã e subir e descer escadas entre o meu quarto e o da Rita. Isto porque a Maria sentiu-se mal toda a manhã, indisposta do estômago, por causa do excesso de tempero desta comida, e a Rita, pelas mesmas razões, desenvolveu uma alergia horrível! Entre chá para uma, e encontrar turcos para ir à farmácia buscar medicamentos para outra, não deu para grande coisa. Aliás, tive, inclusivamente, que ir buscar o Gonçalo e o Rúben para virem ajudar-me!

Durante a tarde a Maria estava a sentir-se melhor, e a Rita adormeceu, com a medicação, por isso tive pude participar em mais um workshop de comunicação através da dança. Uma vez mais adorei. Eu sempre gostei de dançar, mas nunca fiz parte de um grupo nem nada do género, então estou a aprender imenso sobre a dança em si, e a importância do improviso, e de onde é que ele vem... Hoje trabalhei muito tempo com o Rúben, o português. Ele está a fazer Serviço Voluntário Europeu, com a Rita, em Donetsk, na Ucrânia (sim, terra do clube de futebol Shaktar - ou lá como se escreve), mas é actor de profissão, e tem um background em Teatro, e por isso foi como se tivesse dois professores, a turca e ele. Isto foi especialmente importante na parte do improviso, e da coordenação dos movimentos num determinado espaço, exercício que ao primeiro me estava a custar entender, confesso. 

No final do jantar tivemos mais uma noite cultural, desta feita com os Lituanos e os Húngaros em destaque. Há tanta coisa sobre a Hungria que eu não sabia! Por exemplo, eu não sabia que o helicóptero era uma invenção húngara, que data de 1928, e que o frigorífico também foi inventado lá, um ano mais tarde. Em termos gastronómicos, os húngaros têm muito bom chocolate, e os Lituanos um pão de alho absolutamente irresistível! Quem tiver a oportunidade, experimente! Como a Rita continuava doente, e a Maria, a Ana e a Marta estavam cansadas e foram deitar-se cedo, eu e o Gonçalo acabámos por ficar no meio dos turcos a conversar, e eles estão sempre a dizer que querem ir a Portugal, e que temos que organizar um Youth Exchange em Braga também. Eu concordo. Vou convencer o João e os outros assim que voltar, porque agora tenho que ir dormir, e descansar para a visita cultura de amanhã. Talvez seja desta que a cultura turca apareça. A ver vamos...

Paula Ferreira Lobo