Este foi para mim o dia pela qual mais esperei. Não é que eu não esteja a gostar dos workshops e de todas as actividades desenvolvidas, mas conhecer a cidade e aprender um pouco da sua história era algo pela qual eu ansiava muito.
O dia foi passado na rua. Não viemos almoçar ao hotel. Os anfitriões decidiram fazer umas sandes para o almoço, para enganar o estômago durante a visita. A verdade é que as sandes não foram o suficiente e a maioria das pessoas foi almoçar em alguns restaurantes da cidade.
Como Ankara é uma cidade muito grande, os nossos colegas turcos alugaram um autocarro turístico, daqueles com tecto aberto para disfrutarmos daquilo que Ankara nos pode oferecer. Mas o tempo estava contra nós. O céu estava cinzento e ameaça chover, mas mesmo assim, a visita cultural aconteceu.
Já vos tinha dito que o trânsito em Ankara é catastrófico? E que não existem passadeiras para os peões passarem a estrada? E que os condutores buzinam por tudo e por nada e é um “salve-se quem puder”? O nosso motorista foi impecável durante o dia, mas a sua condução deixava muito a desejar, ou seja, conduzia muito depressa. Atrevo-me até a compará-la com uma montanha russa em que levou a que vestíssemos os casacos. A viagem de autocarro para conhecer a cidade foi acompanhada de música tipicamente turca, mas ainda houve espaço para o famoso “Gangnam Style”. Houve alguns aventureiros que se atreveram a dançar de pé no autocarro à velocidade alucinante que o condutor andava.
A cidade é realmente gigantesca e muito movimentada. Muitas pessoas na rua, muitos carros a circular. Ankara é uma cidade cosmopolita. A nossa colega portuguesa Marta descreveu-a como a “Nova Iorque turca”. Nós eramos o único autocarro turístico nas ruas de Ankara com a música aos altos berros e, por esse motivo, despertámos as atenções da população que muito entusiasmados nos diziam adeus e nos tiravam fotografias. Fomos um furor.
A primeira paragem foi num miradouro com vista para toda a cidade. Uma vista de cortar a respiração. Deixou-me de queixo caído. Tirámos imensas fotos para mais tarde recordar. De seguida, dirigimo-nos a um dos locais mais emblemáticos de Ankara, o Anitkabir, é o mausoléu de Atatürk, o líder da Guerra da Independência da Turquia e o fundador e primeiro Presidente da República da Turquia. É um local que impõe respeito pela sua grandiosidade e imponência pela qual os turcos têm grande devoção.
Retomamos ao nosso motorista e serviram-nos um almoço volante. Após esta refeição composta por restos do pequeno-almoço, fomos visitar o antigo Parlamento que mostrava a histórica política da Turquia e os seus líderes e objectos pessoais dos mesmos. Encontramos um objecto curioso na casa de banho deste edifício: uma sanita embutida no chão que se assemelha a um fosso. Aparentemente, os turcos consideram este tipo de sanita mais higiénica do que o modelo europeu.
Continuando a nossa visita, seguimos para o Hamamonu, uma zona histórica reconstruída. Nesta parte, consegue-se ver os contrastes que caracterizam a cidade de Ankara. É um local que apesar de ter uma parte reconstruída, relembra um pouco as favelas brasileiras. Neste podemos encontrar uma das mais antigas mesquitas. Decidimos entrar para vivenciar a devoção que eles têm pelo seu Deus. É obrigatório descalçar os sapatos à entrada e, as mulheres devem entrar completamente cobertas. A mesquita transmite uma sensação de tranquilidade e serenidade. Não queria sair dali. Foi uma experiência totalmente enriquecedora e que certamente não irei esquecer.
A última atracção turística foi o castelo da cidade. É um sítio dedicado especialmente a turistas onde podemos encontrar um bazar tipicamente turco. A visita nesta zona da cidade foi curta porque começou a chover torrencialmente e antes de seguirmos para o hotel, abrigamo-nos num café para comermos um gelado.
O dia foi muito cansativo, por isso, decidi ficar pelo hotel para recuperar forças para o dia seguinte. Estou ansiosa para o que me reseram os próximos capitulos desta aventura.
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